Quantas ...
Quantas noites mal dormidas,
Vendo o deslizar das horas mortas,
Vagamos por imagens absortas
No silêncio da casa adormecida.
Quantas as lembranças produzidas,
Que tomam de assalto o vão das portas
E erguem um retrato em linhas tortas
Daquilo o que foram nossas vidas.
E neste emaranhado sempre tem
A dor d'uma lágrima sentida
Que recorda-nos a face de alguém.
Alguém, por quem a alma chora e sonha
E o abraço ao travesseiro é a saída...
Mesmo que as vezes lhe encharque a fronha!
Jenário de Fátima
Um comentário:
No teu corpo...
Existe um mistério no teu corpo
é feito de desejo e mel
sabe a fantasias quebradas
sonhadas diariamente em vão.
Existe um feitiço no teu olhar
prende as sombras mais fugidias
encandeia a aurora do meu anoitecer
sempre, sempre sem cessar.
Não sei que segredos esconde a tua boca
nem consigo decifrar-lhe o gosto
mas vicia... cativa... prende... mata!
Não sei que enigma nasce na tua voz
tão doce, sensual, tão limpa!
Quero tê-la uma e outra vez!
És capricho, tentação doentia
tão difícil é amar-te e não te ter
como ter-te e não te amar...
És ânsia, loucura, perdição!
Um doce amargo, nu e cru
que não se deixa saciar!
Quero-te como se quer o raio de Sol
permanente, brilhante, inacessível.
Desejo-te como se deseja a Lua
musa de prata perdida na noite.
Tenho-te como se tem o Vento
brisa suave, furacão, tempestade...
Sôfrega te espero e num minuto me alcanças,
num minuto, num segundo te evades!
E depois nada mais existe,
nada mais me resta!
Apenas a memória do cheiro!
a figura, o vulto!
a força do olhar!
o calor do abraço!
cdjsp
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